Zona Leste e as danças típicas
Folclore português

Foi apenas em 1974, que um movimento cívico constituiu um grupo a que se chamou Rancho Folclórico, não tinha na ocasião a referência autêntica da cultura popular. Era sobretudo um conjunto de boas vontades, daqueles que gostavam de dançar, de tocar e de cantar. Embora o nome só tenha ficado oficializado nesta altura a dança estava já enraizada no povo português.
O Folclore português, dança típica de Portugal, é composto por diferentes estilos de música e de dança que podem variar segundo as regiões.
Os principais estilos do Folclore são:
- Fadinho (Ilha Terceira): Dançava-se essa música normalmente em festas nas igrejas, onde não há cântico, ela é toda instrumental, mas muito bonita remetendo as notas músicas ao Fado (tipo de música somente tocada e cantada).
- Balho da Povoação (Ilha de São Miguel): É uma música dançada até hoje na Ilha nas festividades do Divino Espírito Santo, nas igrejas, e a música mostra uma constante troca de pares; é uma das mais alegres.
- Mané Chiné (Ilha do Pico): Música alegre e com passos marcantes que lembra a dança da chuva(apesar de não ter nenhuma ligação com a dança da chuva), essa música é dançada de forma alegre, normalmente dança-se essa música para espantar o frio nos dias de inverno.
- Pai do Ladrão(Ilha Terceira): Uma verdadeira brincadeira de roda, a música consiste numa troca de pares onde sempre sobrará um homem esse apelidado de pai do Ladrão.
- Balho das Fitas (dançada em todas as 9 Ilhas dos Açores): Música dançada na época do entrudo(carnaval em Portugal), se trata de um mastro com fitas coloridas(nas cores da bandeira dos Açores azul, branco e amarelo), onde é realizado um trançado muito bonito no mastro. É conhecida também como dança dos Cadarços, e exige uma concentração muito grande por parte dos dançarinos, pois se uma pessoa errar estraga toda dança, tendo que voltar tudo desde o início.
- Balho Furado(Ilha São Miguel): Bem alegre e conta com uma troca de pares que entram em saem da roda; é dançada na época das Festas do Espírito Santo e em sua melodia a cantora fica desafiando o cantor em tom de brincadeira.

Casa dos Açores de São Paulo é uma entidade luso-brasileira sem fins lucrativos , que tem como objetivo: reunir os açorianos , seus descendentes e simpatizantes , bem como manter e propagar a cultura, o folclore e os costumes açorianos.
Fundada em 22 de Junho de 1980 , conta atualmente com mais de uma centena de sócios que se reunem periodicamente em sua sede social em nossos eventos e comemorações.
Os Açores é um arquipélago formado por 9 ilhas de origem vulcânica situado no Oceano Atlântico Norte.

Desde o seu descobrimento, os Açores foram um local de grande importância para Portugal e também para os demais países da Europa , devido a sua localização estratégica no centro do Oceano Atlântico e que durante a época dos descobrimentos, serviu de parada obrigatória para as Naus e as Caravelas dos descobrimentos e das especiarias.
Grupo Folclórico da Casa dos Açores
O Grupo Folclórico da Casa dos Açores de São Paulo criado em 1981, tem como objetivo comum de seus quase 50
componentes, projetar uma manifestação espontânea da cultura do povo açoriano em terras brasileiras.
Os balhos açorianos possuem uma coreografia caracterizada por movimentos lentos e marcações de extrema simplicidade, mas rico em sua tradição.
O instrumento típico dos balhos é a viola da terra. A viola era um instrumento de estimação, seus pontos ferviam na alma dos tocadores e na de quem os ouviam.
Dança-se para mostrar quem é, e quem foi o povo açoriano. Em termos de folclore, não há melhor nem pior, há apenas o que é autêntico. Defender o patrimônio é um gesto natural de quem defende a própria existência. O folclore açoriano é acima de tudo a demonstração do sentimentalismo de um povo sofrido e trabalhador, porém esperançoso e patriota que se orgulha de ser açoriano.
A Festa dos 35 anos da Casa dos Açores foi realizada no dia 21 de junho de 2015 na própria Casa dos Açores, localizada na Rua Dentista Barreto , 1282 - Vila Carrão (Zona Leste de São Paulo), e contou com uma apresentação do seu Grupo Folclórico.
Em entrevista após a apresentação, a bailarina do folclore português, Glauce Paes, contou um pouco mais sobre esta dança típica e sua experiência:
- Você mora neste bairro? (no caso Vila Carrão)
GP: Sim, moro aqui desde que nasci.
- O que a levou a fazer este tipo de dança? Foi influenciada por algo ou alguém? E faz a dança há quanto tempo?
GP: Quem me levou para a Casa dos Açores foi minha mãe que é portuguesa (nascida nos Açores), inclusive ela é uma das fundadoras da Casa dos Açores. Com isso ela me influenciou desde pequena a dançar. Danço há 35 anos.
- O que essa dança significa para você?
GP: Significa tudo, é aqui que passei boa parte da minha infância, participando das festividades, almoços, então o folclore é minha raiz, minha origem.
- Com essas apresentações de dança, você pretende seguir uma carreira profissional ou apenas faz como um hobby?
GP: Na verdade desde criança fiz ballet e aos finais de semana vinha para a Casa dos Açores nos ensaios, mas hoje faço isso como um hobby e não como profissão.
- Você concorda que a Zona Leste, através da dança, une a cultura brasileira e portuguesa e por quê?
GP: Sim concordo, pelo menos aqui na Vila Carrão é assim levamos nossa cultura nas escolas da região, em outubro temos nossa tradicional Semana Cultural, onde temos um envolvimento muito grande dos alunos que estudam sobre a cultura portuguesa (no caso Açoriana) e apresentam lindos trabalhos para todos os presentes. E também em nossos almoços temos uma presença bem marcante de brasileiros que se interessam pela nossa cultura.

Bailarina do folclore português Glauce Paes
A seguir, fotos e vídeos da apresentação do Grupo Folclórico da Casa dos Açores na Festa dos 35 anos da Casa dos Açores:








